O meu amor por África Mariana Álvares
Correndo o risco de me enganar, a minha história deve ser das poucas (se não mesmo a única) que não apresenta nenhuma raiz clara à cultura africana ou carrega parte do legado identitário deste continente. Pode, até, parecer estranho esta minha submissão ao concurso. Porém, uma vez analisada a profundidade do título deste projeto, percebi que a minha história podia não ser assim tão descabida.
Em primeiro lugar, fui uma participante assídua das várias palestras que deram forma a este projeto desde Janeiro. Este facto, não será de estranhar, quando contextualizado no fascínio e interesse (algo desmedido) que nutro tanto pelo continente africano como pela sua diversidade cultural. Este fascínio, ao qual eu gosto de apelidar paixão, surge no coração de uma rapariga nascida e criada em solo europeu. Aparentemente, em nada se identificaria num continente tão díspar do seu. Mas a verdade é que esta disparidade é muitas vezes engrandecida por quem a quer fazer parecer incompatível - existe, evidentemente, uma História partilhada entre estes dois continentes, a qual eu sempre observei nos rostos das pessoas que rodearam e rodeiam o meu dia-a-dia. Foi, assim, nesta partilha diária que me apaixonei pelos pormenores deste continente.
Em segundo lugar, porque aquando da assistência da palestra "Memória, Mediação e Imaginação" tomei consciência da minha vontade de materializar este desejo de conhecer África. Foi, aliás, na contradição das palavras da Ana Paula Tavares que despertei esta consciência. Se, por um lado, a escritora confessava a sua incapacidade de apropriação desta cultura europeia para se inspirar na sua escrita; por outro lado, eu apercebia-me da minha vontade de desvendar o chão africano para fazer dele minha inspiração. Ainda que esta identificação me parecesse enaltecida pelo calor do momento, voltei a confirmá-la ao ler o poema de Alda Espírito Santo "Ilha Nua", a propósito da Semana Africana na FCSH-NOVA.
Em suma, faço um balanço daquilo que me liga a África. Esta narrativa Afro-Europeia afigura-se para mim, não como o reflorescer de raízes africanas, mas como o germinar da minha paixão por esta cultura.
Em primeiro lugar, fui uma participante assídua das várias palestras que deram forma a este projeto desde Janeiro. Este facto, não será de estranhar, quando contextualizado no fascínio e interesse (algo desmedido) que nutro tanto pelo continente africano como pela sua diversidade cultural. Este fascínio, ao qual eu gosto de apelidar paixão, surge no coração de uma rapariga nascida e criada em solo europeu. Aparentemente, em nada se identificaria num continente tão díspar do seu. Mas a verdade é que esta disparidade é muitas vezes engrandecida por quem a quer fazer parecer incompatível - existe, evidentemente, uma História partilhada entre estes dois continentes, a qual eu sempre observei nos rostos das pessoas que rodearam e rodeiam o meu dia-a-dia. Foi, assim, nesta partilha diária que me apaixonei pelos pormenores deste continente.
Em segundo lugar, porque aquando da assistência da palestra "Memória, Mediação e Imaginação" tomei consciência da minha vontade de materializar este desejo de conhecer África. Foi, aliás, na contradição das palavras da Ana Paula Tavares que despertei esta consciência. Se, por um lado, a escritora confessava a sua incapacidade de apropriação desta cultura europeia para se inspirar na sua escrita; por outro lado, eu apercebia-me da minha vontade de desvendar o chão africano para fazer dele minha inspiração. Ainda que esta identificação me parecesse enaltecida pelo calor do momento, voltei a confirmá-la ao ler o poema de Alda Espírito Santo "Ilha Nua", a propósito da Semana Africana na FCSH-NOVA.
Em suma, faço um balanço daquilo que me liga a África. Esta narrativa Afro-Europeia afigura-se para mim, não como o reflorescer de raízes africanas, mas como o germinar da minha paixão por esta cultura.