Ebony and Ivory: Harmonia e Igualdade Sofia Anica

Antes de começar a explicar no que consiste a minha ligação a África, quero apresentar – me. O meu nome é Sofia, tenho 16 anos e vivo em Lisboa. Através deste projeto acabo por ficar muito mais consciente de que tenho de facto várias ligações a Áfricas, algumas surpreendentes e que nunca me ocorreram que existissem.
Após a apresentação deste projeto à minha turma, comecei a pensar como poderia partilhar a minha ligação a África ou como poderia partilhar a minha perspetiva sobre a presença africana em Portugal e como é representada e tive uma ideia que infelizmente não vou poder concretizar por falta de tempo. Perdida a minha ideia inicial acabei por me recordar que afinal existe um episódio da minha vida de criança que reflete as minhas ligações pessoais a África ao mesmo tempo que recorda uma música antiga com um significado profundo e metafórico.
Quando eu e a minha irmã éramos pequenas, tínhamos um daqueles jogos do SingStar e uma das músicas que estava à nossa disposição denominava - se Ebony And Ivory, composta e cantada por Paul McCartney com participação de Stevie Wonder. Até muito recentemente, nunca tinha entendido o verdadeiro significado desta música visto que era nova demais para compreender a mensagem que a música pretendia passar. Numa primeira análise, esta música parece falar da importância e necessidade de existência, num piano, tanto das teclas brancas (Ivory) tanto das teclas pretas (Ebony) para criar harmonias. De uma perspetiva mais profunda, esta música recria uma metáfora para a humanidade, constatando que, tal como as teclas, a humanidade precisa tanto de pessoas caucasianas como de pessoas negroides – ou de uma forma geral de outras raças -para manter um equilíbrio e harmonia na sociedade e no mundo. Não é fácil, nos dias de hoje, encontrar uma música como esta, uma música que não só tem um significado profundo, mas também tem claramente um objetivo global pois é um apelo à integração social de toda a gente, independentemente da cor do indivíduo.
Para além das boas memorias que a musica me trás - para quem nos ouvia talvez as memorias não sejam assim tão fantásticas - a verdade é que esta musica continua a ser atual pois embora a Humanidade seja cada vez mais progressista, infelizmente o racismo e a discriminação continuam a existir e os cantores da música - Paul McCartney e Stevie Wonder - à sua maneira tentaram dar o seu contributo relembrando, através de algo lúdico como a musica, que a paz e harmonia da humanidade são possíveis e que as desigualdades de tratamento baseadas na cor não têm qualquer sentido num mundo multiracial e multicolor.
Para finalizar, vou deixar, por escrito, um excerto da música:
"We all know//That people are the same wherever you go//There is good and bad in everyone"