África no coração Ju
Cresci com histórias de África contadas pelo meu avô. Lembro-me de tudo. Lembro-me de chegar a casa ansiosa para me sentar no sofá, ao lado dele e ouvi-lo por horas contar mais uma história dele, mais uma história de África, mais uma história que ele contava com um entusiasmo e alegria inexplicáveis e com o coração cheio, cheio de tudo. E é tão incrível como todos os dias era uma aventura diferente, num sítio diferente com pessoas diferentes. Era tudo tão especial que lhe chegava a vir lágrimas aos olhos. Lágrimas de saudades daqueles momentos que não voltavam, lágrimas de frustração dos amigos que perdeu na guerra, mas acima de tudo lágrimas de gratidão pelas histórias que viveu e por ter regressado a Portugal pronto para as contar, sem deixar escapar nenhum pormenor, nem o mais pequeno que fosse.
Hoje, levo África no coração. Por ele e por mim. Por todas as recordações que tenho dos tempos em que ouvia as histórias, em que observava os objectos e decorações diferentes que nas estantes de casa existiam e por todas as alcunhas africanas que ele me chamava e eu, estranhava, sem perceber o porquê de ser assim. Mas hoje sei.
Se Portugal marcou a história de África, África marcou a história de muitos portugueses.
Hoje, levo África no coração. Por ele e por mim. Por todas as recordações que tenho dos tempos em que ouvia as histórias, em que observava os objectos e decorações diferentes que nas estantes de casa existiam e por todas as alcunhas africanas que ele me chamava e eu, estranhava, sem perceber o porquê de ser assim. Mas hoje sei.
Se Portugal marcou a história de África, África marcou a história de muitos portugueses.