Visitar África em cinco dias Dhara Camões
Tudo começou num frio dia de inverno, quando decidi que a chuva não era para mim e parti em busca de calor, literalmente. Nesse mesmo dia enfiei-me na cama e decidi investigar no computador qualquer lugar do mundo com uma temperatura superior a 28º. Foi então que encontrei o país que considerei ser o mais adequado para embarcar nesta nova aventura que sabia que estava destinada para mim.
Contei aos meus pais os planos que tinha e, embora achassem que eu era louca por ir para um país "desses", apoiaram, pelo menos minimamente. No dia 13 de novembro de 2000 cheguei ao meu destino final: Cabo Verde.
Ainda me lembro do cheiro a calor que senti quando saí do aeroporto. O nervosismo crescente não me impediu de começar o meu caminho e lá fui eu para... bem, não sei para onde porque na verdade só escolhi o país e esperei que o resto fosse uma surpresa agradável.
Hoje em dia posso dizer que foi uma surpresa agradável, mas na altura se calhar não a considerei assim, pelo menos no início.
A primeira coisa que fiz quando saí do aeroporto foi tentar encontrar alguém na mesma situação que eu e por sorte encontrei. O seu nome era Max, um aventureiro de 22 anos que tal como eu fartou-se do frio e da rotina e decidiu, com mais cabeça do que eu, pegar numa mala e partir para o desconhecido. Tive sorte em encontrar o Max, que me juntou a todos os seus planos e foi a minha fiel companhia nesta viagem.
Alugamos um carro e pelo caminho partilhamos os motivos que nos fizeram partir de casa. À diferença de mim, o Max tinha como objetivo conhecer a África de uma ponta a outra, enquanto eu apenas me foquei num único país para conhecer em cinco curtos dias, ou pelo menos era o que eu pensava.
Chegamos a uma aldeia chamada Bangaeira onde fomos recebidos pelos seus 500 habitantes. Uma pequena família decidiu aproximar-se a nós e convidou-nos a ter uma pequena ceia com eles, algo que me marcou para toda a vida. Durante o pequeno jantar improvisado eu e o Max conhecemos um pouco de cada um, as suas experiências, as suas rotinas, os seus objetivos de vida, e um infinito de coisas que nunca esquecerei. Após cada um partilhar um pouco de si era a minha vez e do Max e, assim, cada um contou o que esperava desta aventura e as coisas que nos motivaram a partir. Continuamos o resto da noite a conversar num circulo onde nos sentimos mais completos que nunca. Mais tarde lá fomos nós dormir, mas com uma vontade de que essa noite não acabasse nunca.
No segundo dia o Max e eu partimos para o Pico do Fogo, o ponto mais elevado do arquipélago da Ilha do Fogo. O calor era cada vez maior e a nossa vontade de continuar a conhecer este país também. Quando finalmente chegamos ao ponto mais alto da nossa aventura decidimos parar e observar a paisagem que tínhamos à nossa frente. Não foram preciso palavras, na verdade ficamos em silêncio umas longas horas que pareceram curtos minutos. Acho que cada um decidiu parar o tempo e refletir sozinho, mas na companhia um do outro. Quando finalmente tentamos cruzar palavras, apenas saiu da nossa boca um grande riso e foi nesse momento que nos apercebemos que o motivo da nossa visita ia mais além daquilo que decidimos contar aos nossos pais, mas nem o Max nem eu estávamos dispostos a partilhar, talvez porque nenhum soubesse ainda o verdadeiro motivo.
CONTINUARÁ...
Contei aos meus pais os planos que tinha e, embora achassem que eu era louca por ir para um país "desses", apoiaram, pelo menos minimamente. No dia 13 de novembro de 2000 cheguei ao meu destino final: Cabo Verde.
Ainda me lembro do cheiro a calor que senti quando saí do aeroporto. O nervosismo crescente não me impediu de começar o meu caminho e lá fui eu para... bem, não sei para onde porque na verdade só escolhi o país e esperei que o resto fosse uma surpresa agradável.
Hoje em dia posso dizer que foi uma surpresa agradável, mas na altura se calhar não a considerei assim, pelo menos no início.
A primeira coisa que fiz quando saí do aeroporto foi tentar encontrar alguém na mesma situação que eu e por sorte encontrei. O seu nome era Max, um aventureiro de 22 anos que tal como eu fartou-se do frio e da rotina e decidiu, com mais cabeça do que eu, pegar numa mala e partir para o desconhecido. Tive sorte em encontrar o Max, que me juntou a todos os seus planos e foi a minha fiel companhia nesta viagem.
Alugamos um carro e pelo caminho partilhamos os motivos que nos fizeram partir de casa. À diferença de mim, o Max tinha como objetivo conhecer a África de uma ponta a outra, enquanto eu apenas me foquei num único país para conhecer em cinco curtos dias, ou pelo menos era o que eu pensava.
Chegamos a uma aldeia chamada Bangaeira onde fomos recebidos pelos seus 500 habitantes. Uma pequena família decidiu aproximar-se a nós e convidou-nos a ter uma pequena ceia com eles, algo que me marcou para toda a vida. Durante o pequeno jantar improvisado eu e o Max conhecemos um pouco de cada um, as suas experiências, as suas rotinas, os seus objetivos de vida, e um infinito de coisas que nunca esquecerei. Após cada um partilhar um pouco de si era a minha vez e do Max e, assim, cada um contou o que esperava desta aventura e as coisas que nos motivaram a partir. Continuamos o resto da noite a conversar num circulo onde nos sentimos mais completos que nunca. Mais tarde lá fomos nós dormir, mas com uma vontade de que essa noite não acabasse nunca.
No segundo dia o Max e eu partimos para o Pico do Fogo, o ponto mais elevado do arquipélago da Ilha do Fogo. O calor era cada vez maior e a nossa vontade de continuar a conhecer este país também. Quando finalmente chegamos ao ponto mais alto da nossa aventura decidimos parar e observar a paisagem que tínhamos à nossa frente. Não foram preciso palavras, na verdade ficamos em silêncio umas longas horas que pareceram curtos minutos. Acho que cada um decidiu parar o tempo e refletir sozinho, mas na companhia um do outro. Quando finalmente tentamos cruzar palavras, apenas saiu da nossa boca um grande riso e foi nesse momento que nos apercebemos que o motivo da nossa visita ia mais além daquilo que decidimos contar aos nossos pais, mas nem o Max nem eu estávamos dispostos a partilhar, talvez porque nenhum soubesse ainda o verdadeiro motivo.
CONTINUARÁ...