A minha memória Adiler Moreno
Tudo começa numa ilha de nome Santo, internacionalmente conhecido por São Tomé e Principe, nasci um menino que foi dado o nome de Adiler Moreno. Estamos em 1979, num localidade que se chama Bairro de Hospital, Distrito de Agua-Grande. A Ilha tem um clima tropical, duas Estações por anos, em que Chamamos Época de chuva, bom para tomar banho na Praia em que a temperatura da água do mar vai até os 30 grau, e época de Gravana. Terra fértil onde 90% do que era consumido vem da terra, em que a maioria crescia de uma forma selvagem. Lembro que eu e os meus levantávamo-nos cedo para irmos apanhar Manga e Caja-Manga. A religião e a tradição se mistura, todos os anos assistiamos a várias festas religiosas com rituais estranhos. As brigas dos vizinhos acabavam sempre em ameaça de feitiçaria, a autoridade é o curandeiro. Quando tinha entre 10 e 12 anos levei a minha irmã mais velha a casa de um curandeiro para curar DEVE. Todos os meus vizinhos eram tratados por Primo pelo meus pais, como se todos eramos familia. Depois de separações dos meus pais em 1985, fomos viver em São Gabriel, 3 km do centro da cidade. Tenho na mente vários momentos e episódios de vida que não quero esquecer, a naturalidade e a amizade com que vivíamos. O caminho para a Europa é o sonho de todos os Africanos, o arrependimento vem nos primeiros dias em que se coloca os pés no solo da Europa. Todos nós Africanos no processo de aculturação encontramos dificuldades imensas, muitas vezes pergunto PORQUE. Por nao estarmos preparados para vivermos numa sociedade em que se vive cada um por si, onde os valores como a amizade a solidariedade não existe. A tua vizinha do primeiro direito, uma senhora de 80 anos faleceu em casa e foi levada pelo Bombeiro depois de muitos anos de abandono... Continuação